CD of the Week on in Brazilian Radio Cultura FM
November 5, 2023
Cultura FM
Michala Petri tinha apenas 10 anos, em 1968, quando estreou como solista com Orquestra na Sala Tivoli, em Copenhague, Dinamarca. Estudou na Alemanha nos 7 anos seguintes. Aos 17 conquistou fama internacional da noite para o dia, ao introduzir a flauta doce nas salas de concerto do planeta. O instrumento era, modernamente, usado apenas como iniciação musical para crianças. De lá para cá, foram mais de 5 mil concertos em todos os continentes, quase smepre com seu parceiro, o violonista e alaudista Lars Hannibal. No repertório, não só o barroco, mas o clássico e o romantismo. Seu pioneirismo levou-a a se apresentar com Neville Marriner, Claudio Abbado, o flautista James Galway, o violinista Gidon Kremer – sem contar o pianista de jazz Keith Jarrett, com quem gravou dois álbuns memoráveis: um com as sonatas de Haendel, outro com as de Bach, Jarrett sempre pilotando um cravo – o primeiro em 1991 e o segundo no ano seguinte.
Contei esta história magnífica porque Michala acaba de lançar um álbum intitulado “Corellimania” – o CD desta semana na cultura FM. E se o nome do barroco italiano cultor da trio-sonata Arcangelo Corelli (1655-1713) está em destaque, é porque ele foi um pioneiro na prática de um estilo musical que se revelou dominante na música instrumental do século 18. Sua maneira de organizar pensamentos musicais em frases e motivos é fundamentalmente derivado das capacidades expressivas de seu instrumento preferencial, o violino. Certos padrões melódicos usados para modular e efetuar sequências derivam basicamente de especificidades das técnicas do violino que amplificam um instrumento que se originou principalmente na música de dança. Corelli era famoso por sua capacidade de a voz humana cantada e falada. Esta tensão entre técnicas idiomáticas instrumentais e a evocação da voz é a característica definidora do estilo de Corelli ao longo de todas as suas obras sobreviventes e estabeleceria a “Escola Romana” como a medida suprema do gosto musical durante gerações.
Daí o título do álbum “Corellimania”. Bach, Haendel, Telemann, foram todos influenciados por ele. Ouvir este álbum na íntegra nos leva a reavaliar melhor a qualidade de invenção da música de Corelli.
AI Translation:
Michala Petri was only 10 years old in 1968 when she made her debut as a soloist with an orchestra at Tivoli Concert Hall in Copenhagen, Denmark. She studied in Germany for the next 7 years. At the age of 17, she gained international fame overnight by introducing the recorder into concert halls worldwide. The instrument was traditionally used only for children's music education. Since then, she has performed in over 5,000 concerts on all continents, sometimes with her Duo partner, the guitarist and lutenist Lars Hannibal. Her repertoire includes not only Baroque but also classical and romantic music. Her pioneering spirit led her to perform with Neville Marriner, Claudio Abbado, flutist James Galway, violinist Gidon Kremer – not to mention jazz pianist Keith Jarrett, with whom she recorded two memorable albums: one featuring Handel's sonatas and the other with Bach's, with Jarrett playing the harpsichord – the first in 1991 and the second the following year.
I told this magnificent story because Michala has just released an album titled "Corellimania" – the CD of the week on Culture FM. If the name of the Italian Baroque composer of the trio-sonata Arcangelo Corelli (1655-1713) is highlighted, it's because he was a pioneer in a musical style that became dominant in instrumental music of the 18th century. His way of organizing musical thoughts into phrases and motifs is fundamentally derived from the expressive capabilities of his preferred instrument, the violin. Certain melodic patterns used for modulation and sequencing are basically derived from specific violin techniques that enhance an instrument that originated primarily in dance music. Corelli was famous for his ability to emulate the human voice, both sung and spoken. This tension between idiomatic instrumental techniques and the evocation of the voice is the defining characteristic of Corelli's style throughout all his surviving works and would establish the "Roman School" as the supreme measure of musical taste for generations.
Hence the title of the album, "Corellimania." Bach, Handel, Telemann, all were influenced by him. Listening to this album in its entirety leads us to reevaluate the inventive quality of Corelli's music.